quarta-feira, 16 de julho de 2008

"Paracelso": menores eram explorados

Autor: ACS/DPRF
Data de Inserção: 15/07/2008


Quadrilha usava mão de obra infantil para adulterar cimento.

Brasília (15/07/2008) -
Agentes da Polícia Rodoviária Federal que participaram da Operação Paracelso em Alagoas flagraram menores trabalhando na adulteração de cimento num depósito em Luziápolis, próximo a Maceió. Os adolescentes resgatados pela PRF misturavam cal e areia refinada ao cimento, tornando a mistura mais barata e frágil. O cimento adulterado era enviado para São Paulo mediante 'encomenda'. Os menores foram encaminhadas para o conselho tutelar de São Miguel dos Campos.

A Operação Paracelso prendeu 38 pessoas e cumpriu 34 mandados de busca e apreensão. Com as quadrilhas, também foram apreendidas 17 armas de fogo de diversos calibres, R$ 60 mil dinheiro e R$ 130 mil em cheques, além de veículos de carga e de passeio e produtos adulterados. Cerca de 280 policiais rodoviários federais foram deslocados de 13 estados e do Distrito Federal, apoiados por mais de 80 viaturas e dois helicópteros. A ação foi coordenada pela Divisão de Combate ao Crime da PRF, unidade especial treinada para reprimir a criminalidade nos 61 mil quilômetros da malha viária federal.

Trambiques - De acordo com investigações que começaram há um ano, o alvo dos criminosos eram caminhões de combustíveis e derivados de petróleo que partiam do Pólo Petroquímico de Camaçari (BA) em direção a Pernambuco, pela BR 101. No meio do caminho, motoristas que trabalhavam para os bandidos desviavam os veículos de suas rotas originais para estabelecimentos conhecidos em Alagoas como "trambiques" (pontos de comércio misto, com postos de combustíveis, oficinas, borracharias e serviços de conveniência para o caminhoneiro).

Os bandidos furtavam cerca de 5% do combustível transportado em cada caminhão, que depois era revendido. Por conta da diferença de volume, solventes como tolueno e benzeno, além de metanol, eram adicionados ao produto original. Nos carregamentos de álcool, os criminosos adicionavam água ao combustível. Nas cargas de derivados químicos de petróleo, a subtração oscilava entre 200 e mil litros por carga. O material seguia contrabandeado para São Paulo, com documentação adulterada e notas fiscais frias, e era utilizado nas indústrias de produtos plásticos, embalagens e detergentes.

Paracelso é o pseudônimo de um famoso alquimista, médico, físico e astrólogo renascentista, Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493/1541). Reconhecido pela incoerência de suas doutrinas, é considerado o pai da alquimia, tradição antiga que combina elementos de química, física, metalurgia e misticismo. Um dos objetivos da alquimia, vista pelos céticos com resistência, é a transmutação de metais inferiores em ouro. Paracelso, segundo contam pesquisadores, teria morrido frustrado após ter passado a vida buscando uma forma de enriquecimento através da "fórmula do ouro".

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