sexta-feira, 20 de junho de 2008

Bombeiros - para relembrar

A Trajédia do Beco do Frazão
Dois de maio. Que data é esta que se segue ao 1º de maio, dia do trabalhador? Que data é esta sempre lembrada pela comunidade do Corpo de Bombeiros?
Os bombeiros militares do Estado da Bahia sempre lembram do dia dois de maio, pois esta data se transformou num símbolo de coragem e abnegação para a classe miliciana; impossível, portanto, de ser por nós esquecida.Mas o que realmente aconteceu neste dia?
Era noite do dia 02 de maio de 1935... no meio da ladeira do Taboão, encontrava-se o Beco do Frazão cheio de casinhas habitadas por pessoas humildes.
Fortes chuvas atingiam a Cidade de Salvador. De repente, por volta das 20:00h, uma quantidade de terra desmorona e atinge as casinhas, soterrando várias pessoas. Os bombeiros foram comunicados do ocorrido e logo estavam no local, destemerosos, trabalhando na remoção dos escombros, tentando salvar as vítimas de soterramento.

 
Ouve-se um barulho estrondoso, a terra a correr, os bombeiros procuram se proteger e salvar os que haviam sido atingidos pela avalanche. Alguns eram conduzidos à assistência, sendo medicados. Porém, vários bombeiros foram soterrados.
Os destemidos soldados do fogo aguardam ordens para reiniciar os trabalhos quando surgem, em meio aos escombros, os bombeiros Agnaldo cerqueira Freitas e Octacílio Alves Campos, que já eram tidos como mortos. Estavam com as fardas enlameadas e disseram que, embora se achassem soterrados, conseguiram afastar a terra com as mãos, saindo dali.
Porém, infelizmente, oito bombeiros soterrados, pereceram de forma digna e honrosa. Foram eles:

Ten Claudionor Jerônimo Wanderley
Sgt Antônio José dos Santos
Sgt Cícero José da Costa
Sd Eudes Fernandes de Santana
Sd Fernando José Cardoso
Sd José de Brito Barbosa
Sd Jair de Barros Farias
Sd Odilon Farias de Almeida

A comunidade baiana acostumada a ver os bombeiros enfrentar os perigos e deles saírem incólumes, choca-se com a inusitada tragédia. Também como fator preponderante da comoção, há o fato de estar entre os infortunados, o carismático Tenente Maestro Wanderley, regente da Banda de Música do Corpo de Bombeiros, filho do Cap João Antônio Wanderley, patrono da Banda de Música da PMBA.
O Ten Wanderley havia chegado recentemente de uma turnê pelo sul do país, onde as tocatas da Banda de Música do Corpo de Bombeiros foram ovacionadas. Não foram poupados pela imprensa, notadamente à atuação e desempenho do seu regente.
O povo baiano, em grande número se fez presente às cerimônias fúnebres. Os heróis foram promovidos "post mortem" por ato de bravura.
Foi desta forma e diante destas circunstâncias que a Catástrofe do Beco do Frazão marcou em definitivo a história do Corpo de Bombeiros.
Fonte SSP/BA

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